
Lançado em 5 de julho de 2019, Hotel Diablo é um dos álbuns mais intensos e emocionalmente carregados da carreira de Machine Gun Kelly. Com uma abordagem mais sombria, pessoal e introspectiva, o disco mergulha fundo em temas como vício, saúde mental, solidão, traumas e a complexa relação entre fama e identidade.
Marcando o quarto álbum de estúdio de MGK, Hotel Diablo foi recebido como um trabalho de transição — um projeto que antecipa a guinada sonora que viria com Tickets to My Downfall, mas que ainda carrega fortemente as raízes do hip hop. A produção é polida, com batidas densas e atmosferas carregadas, criando um clima quase cinematográfico em torno das letras confessionais do artista.
Destaques como “I Think I’m OKAY” (com YUNGBLUD e Travis Barker), “Hollywood Whore”, “Glass House” (com Naomi Wild) e “El Diablo” mostram um equilíbrio entre vulnerabilidade e agressividade. MGK abre espaço para reflexões sinceras sobre seus altos e baixos pessoais, fazendo deste álbum uma espécie de diário em forma de música.
Hotel Diablo também se destaca pela coesão temática. O nome do álbum funciona como metáfora, onde cada faixa representa um quarto diferente — uma memória, um trauma ou um pensamento não resolvido. Essa estrutura conceitual dá profundidade ao disco e contribui para a experiência imersiva que ele oferece ao ouvinte.
Mesmo sendo considerado por muitos como um projeto subestimado em comparação aos lançamentos mais recentes do artista, Hotel Diablo é frequentemente citado como o trabalho mais honesto e artisticamente maduro de sua fase no rap. Foi nesse álbum que MGK começou a quebrar barreiras criativas, ousando explorar vulnerabilidades e abrindo caminho para a liberdade artística que definiria sua trajetória nos anos seguintes.
Com letras cruas, beats bem construídos e um conceito marcante, Hotel Diablo é um retrato de Machine Gun Kelly em conflito consigo mesmo — e justamente por isso, é um dos discos mais impactantes e memoráveis de sua discografia.