A história do músico Colson Baker, desde seu nascimento ao primeiro contrato com a gravadora, contada de uma maneira que você nunca viu!
Nascido em 22 de Abril de 1990 em Houston, Texas, Colson Baker já chegou a esse mundo tendo que lutar por sua vida. Ele nasceu com o cordão umbilical preso no pescoço, e com uma anomalia cardíaca, o que levou os médicos a pensarem que ele não sobreviveria.
PRIMEIROS ANOS
Colson morou cerca de duas semanas apenas na região Sul do País. Filho de pai missionário, a família morou em vários lugares do mundo, sendo residentes do Egito desde que ele era um bebê até os 6 anos de idade, alfabetizado em Árabe primeiro do que em Inglês.
Quando chegou em Chicago, EUA (Primeira Cidade que morou em solo Norte Americano), Colson falava em Árabe com todo mundo, mas afirma que hoje em dia, não lembra mais nada do idioma.
Quênia e Alemanha também foram suas residências por um período.
Aos 9 anos de idade, Colson teve que lidar com a separação de seus pais, sua mãe saiu de casa o deixando com seu pai, os dois então se mudaram para Denver, Colorado e passaram a morar no porão de sua tia Barbara.
PRÉ ADOLESCENCIA
O sonho de Colson era ir para a academia de forças Aéreas, servir os 6 anos como piloto e depois ser um agente da CIA, aos 11 anos ele fazia aulas no “Centennial Airport” praticando pousos e decolagens e voos entre o aeroporto e as montanhas.
O filme “Top Gun” foi o protagonista para despertar esse desejo em Colson quando ele tinha menos de 7 anos.
Seu pai, James Baker, pagava 100 dólares por cada hora de aula e sofria julgamentos de outros pais:
“Alguns pais realmente questionaram o meu julgamento em deixar ele voar.” – disse Baker. “Mas esse é o meu garotinho, eu penso nas coisas realmente perigosas que ele poderia estar fazendo ao invés disso.” (13/02/2002 – The Denver Post).
Em determinado momento, o pai de Colson começou a enfrentar a depressão, vicio em álcool e o desemprego, essas condições afetaram, então ele se tornou um aluno com mau comportamentos com professores e colegas do colégio “Hamilton Middle School”.
James Barker passou um período em reabilitação, e quando retomou a sua vida, voltou a fazer trabalhos missionários, dessa vez em Kuwait.
Colson ficou sob os cuidados de sua tia Barbara, que enfrentava vícios, um relacionamento abusivo e tinha um filho esquizofrênico.
Apesar de ser tratado como um filho pela tia, a convivência em sua casa era conturbada, Colson já relatou que um dia acordou com seu primo tentando matá-lo.
“Único membro da família que ficou na minha vida. Ela venceu o vício, o câncer e o abuso. Verdadeiros azarões” – MGK sobre sua tia Barbara
ADOLESCÊNCIA
Com seu pai longe, Colson matava aulas, começou a fumar erva ainda aos 13 anos, e andava com pessoas mais velhas e de má condutas.
Pessoas que frequentavam a mesma escola que ele, relata que ele era um garoto solitário, difícil de se socializar e explosivo.
Aos 14 anos, Colson viu sua avó paterna falecer em seus braços, ela tinha diabetes e era cega, mesmo nessas condições, ela sempre dizia ao neto que ele era um garoto muito lindo.
Ele nunca se esqueceu dessas palavras e do amor da vó por ele, e então a homenageou com sua primeira tatuagem ainda aos 14.
“Tão irônico que ela era cega, mas me dizia que eu era bonito toda vez que eu entrava na porta.
Não posso mentir e dizer que foi fácil ter 14 anos em 14 de fevereiro vendo um corpo morrer em meus braços, e então ter que ir para uma escola que eu odiava algumas horas depois, quando minhas notas indicavam que eu não dava a mínima para o que está acontecendo.” – Story Of Stairs
O PRIMEIRO CONTATO COM O RAP
Quando criança, Colson gostou de Boy Bands por um período.
Em 2002, ele teve a sua primeira banda pop punk, chamada “Dumb Bunny Trio”, ele mesmo ri disso, e diz que pensando agora, era difícil imaginar que um rapper que mais tarde se tornaria famoso sairia dali.
Machine Gun kelly vomitou em um show dos Backstreet Boys
Mas suas primeiras maiores influencias, estavam no Rock, Punk e Metal:
“Antes mesmo de começar a ouvir rap, eu gostava muito de metal e punk. Eu ouvia Korn e Limp Bizkit e toda aquela era de Heavy Metal. Fui muito criticado quando criança por causa da maneira como me vestia.
O metal e a música punk me ajudaram nisso. Eu sei que muitas pessoas não entendem, mas eu amo metal”, disse Machine Gun Kelly ao Noisecreep. (2012).
A banda Motley Crue também fazia parte de suas influências, ainda aos 14 anos, Colson dizia que o livro biográfico da banda, “The Dirt”, era a sua Bíblia, e claro não podemos deixar de citar Blink-182 como um de seus maiores ídolos.
Mas foi ainda nessa idade que Colson ouviu pela primeira vez a música “We Right Here” do Rapper lendário DMX e então ele começou a se interessar pelo Rap, tanto que hoje, MGK diz que deve toda a sua carreira ao DMX.
Mais tarde, MGK adiciona os rappers Ludacris e Eminem aos artistas que também tiveram influência para iniciar a sua carreira.
Colson não era compreendido pelos colegas da escola, quando ele ficava fazendo rimas sozinho nos cantos e no ônibus escolar, isso gerava bullying contra ele, dificultando mais ainda sua socialização.
MGK SE MUDA DE DENVER, COLORADO
Ainda em seus conturbados 14 anos, Colson se envolveu em um caso muito sério que o levou a ter o seu primeiro registro criminal.
Uma garota que ele gostava, armou uma situação para deixa-lo com ciúmes, ela marcou um encontro com ele em sua casa, e quando ele apareceu, ela estava com outro cara.
Em um pico de raiva, Colson entrou na garagem da casa e pegou a espingarda do irmão da garota e atirou contra a caminhonete do homem.
Sim, essa é uma história bem louca, que resultou em ele sendo levado para delegacia algemado. Esse caso é relatado por MGK em “Story Of Stairs”.
Tia Barbara era a única responsável por Colson quando isso aconteceu, ela quem foi buscá-lo na delegacia, MGK relata em “Lonely” que ela chorou quando o viu algemado.
Colson teve que enfrentar um julgamento no tribunal e diz que nunca irá esquecer do olhar de seu pai para ele dentro daquela corte.
O pai de Colson então volta do Kuwait para tirar o filho da cidade.
Relatos de pessoas próximas de Colson na época em que tudo aconteceu, afirmam que esse foi realmente o motivo que o fez sair de Denver.
James Baker leva o filho com ele para o Kuwait, porém não demorou muito para Colson se envolver em uma briga que fez seu pai e ele serem obrigados a deixar o país.
CHEGADA EM CLEVELAND
Depois de ter que sair do Kuwait, Colson e seu pai se instalam em Cleveland, Ohio, lugar que finalmente ele poderia chamar de lar, depois de tantas mudanças.
A casa de Colson ficava em Shaker Heights, no subúrbio de Cleveland código 216 que ele tatuou com orgulho em seu braço.
Colson passou a frequentar a escola pública “Shaker Heights High School”.
A vida em Cleveland não foi muito diferente do que era em Denver, Colson continuava a ser um garoto problemático que escrevia rimas em seus cadernos ao invés de estudar, e que se envolvia com drogas, furtos e ainda tinha problemas com socialização.
Com idas e vindas constante a delegacias, Colson relata que seu pai gastou milhares de dólares com fianças e advogados.
O NASCIMENTO DE MACHINE GUN KELLY
Em seus 15 anos, Colson mergulhou de vez na ideia de ser um rapper
Começou a praticar rimando sobre tudo que via, participava de rodas de batalhas de rap, então a velocidade com que disparava as rimas se tornou sua característica principal.
As ruas de Cleveland começaram a fazer referencias do seu speedflow com a velocidade que uma Machine Gun (metralhadora) disparava tiros.
Ele decidiu então, adotar o nome do original Machine Gun Kelly, um dos maiores gangsteres dos Estados Unidos, como o seu nome artístico, ele explica o porquê, em sua primeira entrevista de todos os tempos:
“Todo mundo pensa que é porque eu sou um tipo de gangster, mas não é [..]
Machine Gun Kelly é o nome de um mafioso antigo, e ele era um ninguém até roubar um banco e atirar em uma capela, e ele fez todas essas coisas quando ninguém achava que ele seria capaz de fazer.
Então é tipo o meu jeito de dizer que sou eu conseguindo fazer tudo que ninguém esperava que eu conseguiria.”
Mais tarde, MGK pagou segundo ele, muito dinheiro pelos direitos autorais do nome Machine Gun Kelly.
O nome Colson passa a ser esquecido a partir dali e Cleveland passou a conhecer Machine Gun Kelly, o garoto com habilidades com as rimas, é por isso que Colson tem a cidade de Cleveland como sua cidade natal.
“Meu primeiro emprego foi em Cleveland, perdi minha virgindade em Cleveland, a primeira pessoa que vi levar um tiro, foi em Cleveland, lancei minha primeira mixtape em Cleveland, lar é onde seu coração está” – mgk para o podcast Impaulsive Show
OS PRIMEIROS PASSOS COMO MACHINE GUN KELLY
MGK começa a trabalhar na loja SlyAirbrush & HD Prints, como vendedor de camisetas.
Logo, o dono da loja percebe um talento nele que estava sempre ali no balcão, rimando sobre tudo e se interessa em gerenciar sua carreira.
MGK começou então a trabalhar em seu primeiro projeto, o prelúdio de “Stamp of Appoval” com o produtor local M. Stacks, ainda em seus 15 anos.
O prelúdio conta com 5 faixas, e foi lançado em 2006 (Não há registros de que mês).
MGK passou a vender seu projeto nas ruas de Cleveland e continuou em rodas de batalhas e se apresentando em pequenos clubes na cidade, fazendo o seu nome como rapper a passos lentos.
Ele relata que não tinha amigos na escola porém, um dia, ele teve que fazer uma peça teatral onde ele e um garoto conhecido como Lil Mike interpretaram Chuck D e Flavor Flav.
Essa parceiria na peça, levou MGK e Lil Mike a criarem um rap juntos, e esse momento foi o ponta pé inicial para tudo que temos hoje.
Lil Mike é um produtor local, e após essa conexão na peça teatral da escola, ele convidou MGK para conhecer seu estúdio.
No estúdio, MGK é apresentando para os amigos de Mike, os irmãos Slim e Dub e de imediato uma amizade surge e então juntos, os amigos começaram a trabalhar na primeira Mixtape, também chamada de “Stamp of Approval”.
A mixtape conta com 30 músicas falando sobre drogas, armas, violência, carros potentes e fortunas.
O jornal local “Lime Light” publicou em 26/11/2007, uma “review” da mixtape e descreve MGK como:
“… Sua habilidade de casar letras duras e certeiras em uma pesada sequencia de notas é mais reminiscente as lendas do rap Dr. Dre e Immortal Technique. Seria fácil rotular MGK como querendo ser mais um Rapper Gangsta, mas depois de ouvir as primeiras faixas da mixtape, parece que ele dominou o genero”. – Wesley Lowery
MGK usa o sample da música “Crazy Train” de Ozzy Osborne, na música “Let´s Go” da mixtape Stamp of Approval, e isso que prova que ele sempre gostou de misturar os gêneros em suas musicas, desde o primeiro dia.
Vender a sua mixtape dentro de sua escola, não era uma prioridade para MGK.
Ele nunca comentou nos corredores que já tinha iniciado a sua trajetória como Rapper, pelo fato de que ele pensava que ninguém acreditaria ou se importaria com o que aquele garoto não popular estava fazendo:
“A coisa que eu mais faço é não divulgar isso dentro da escola, não faz sentido em dizer o que eu faço porque não acreditariam em mim lá. Eu não vou andar nos corredores tentando anunciar que eu estava em turnê com o “Bone Thugs N Harmany”, porque tipo vocês não vão acreditar que esse garotinho branco ainda no ensino médio sentando perto de você na aula de matemática, acabou de voltar de uma turnê […]”
OS 17 ANOS DE MGK
MGK chegou a ser expulso de casa após seu pai ter descoberto que ele mentiu sobre estar frequentando as aulas, quando na verdade, não estava e isso o fez perder meio ano de escola.
Seu pai também achou drogas em sua mochila.
Há relatos confirmados pelo próprio que ele até chegou a morar nas ruas por um período.
Além de tudo isso, a namorada do Ensino Médio de MGK (Hoje mãe de sua filha Casie), anunciou uma gravidez, os dois chegaram a morar juntos, porém a gravidez foi interrompida por um aborto espontâneo.
MGK relata o acontecido em sua música “The Return” (2010):
“Eu fiz muita merda, Deus me castigou, mas pelo preço que tive que pagar, eu preferia ter parado de respirar. Minha garota sentou na banheira 8 horas sangrando, ouvimos o médico dizer que o coração do nosso bebê parou de bater”.
MGK homenageou o bebê perdido com uma tatuagem que dizia: “Para o meu bebê não nascido, sinto muito.”
A história também é contata por MGK em uma entrevista para Rover’s Morning Glory
MGK CORTA LAÇOS COM SEU PAI
Devido a vida religiosa de James Baker, ele não era a favor das músicas que o filho vinha escrevendo e nem do jeito que ele estava levando a vida.
MGK conta em uma entrevista para o podcast de Bunnie Xo, como eram suas brigas com seu pai, e o dia em que ele decidiu deixar seu filho e Cleveland para trás. (Assista ao vídeo a seguir)
Se você pudesse se desculpar com uma pessoa, quem seria e o que você diria?
“Eu pediria desculpas ao meu pai. Eu tenho uma filha incrível e cumpridora de regras e eu era um filho de merda que quebrava as regras. Os honorários advocatícios, as dezenas de milhares de dólares das vezes em que fui preso, a descoberta de que seu filho perdeu um semestre inteiro do ensino médio porque estava acordando e fingindo ir, mas nunca ia … Não sei como ele fez isso e eu entendo porque levamos 25 anos para finalmente nos darmos bem. – MGK para GQ Magazine, 2019
CHIPOTLE MEXICAN GRILL
Já aos 18 anos, MGK consegue um emprego no restaurante Chipotle, mas classifica esse como sendo seu pior emprego, porque durante a pausa nas aulas das faculdades para o Natal, alunos da escola iam até o restaurante e perguntavam o que aconteceu para ele ter acabado ali, já que era para ele ter se tornado um rapper de sucesso.
SLIM
MGK tem a ideia de chamar o seu mais novo amigo Slim, para dividir um apartamento com ele, Slim aceita e os dois amigos passam a morar juntos e dividir as contas mas sem desistir do sonho de viverem da música.
“Eu e o Slim costumávamos dividir um quarto nesses apartamentos antigamente. As histórias em “On My Way” (Álbum Lace UP) aconteceram neste lugar.”
Slim passou a trocar aprendizado com os produtores locais, por serviços gerais nos estúdios, tais como, varrer chão, servir café. foi assim que ele começou a aprender tudo sobre engenharia, produção e também teve aulas de teclado.
Mas pagar as contas não seria uma tarefa fácil, já com sua segunda mixtape “Homecoming” (2008), lançada nas ruas de Cleveland, tanto MGK quanto Slim enfrentaram o desemprego.
Dentro dessa instabilidade financeira, Slim e MGK estão prestes a serem despejados de seu apartamento.
ASHLEIGH
Quando tudo parecia perdido, MGK se vendo novamente tendo que retornar as ruas, ele conhece a pessoa que mudaria completamente a sua vida.
Ashleigh o conheceu em 2008 enquanto trabalhava para o Ohio Hip Hop Awards. Ali nasce uma parceria, Ash passa a gerenciar a carreira de MGK.
“Eu fiz uma promessa há 7 anos que se ela largasse a faculdade e começasse a me administrar, nós conseguiríamos. Ela fez as escolhas certas e eu cumpri minha promessa”
Ash morava com sua mãe em um apartamento, e decidiram ir para uma casa maior, para que MGK e Slim tivessem onde morar e produzir suas músicas.
O irmão de Ash estava servindo o exército, então ela doou as roupas dele para que MGK pudesse fazer os shows, porque as deles já não tinha mais condições apresentáveis.
A mãe de Ash passou a ser uma figura materna para MGK e ambas lutaram para que ele controlasse o uso de drogas e tomasse um rumo em sua vida.
CASIE
Em meio a toda essa reviravolta na vida de MGK, sua namorada dá a noticia de que está gravida novamente, desta vez MGK não soube lidar tão bem com a situação, e diz ter sumido da vida da garota por 6 meses de sua gravidez.
MGK retornou e assumui a paternidade e os compromissos com a bebê batizada de Casie, nascida em 24/07/2009, quando ele tinha acabado de fazer 19 anos.
MGK conta que muitas vezes precisou roubar fraldas e alimento no Wal-Mart para suprir as necessidades da sua filha, mas seu maior sonho, era poder prover um lugar melhor para ela e sua mãe, pois moravam em um bairro perigoso no subúrbio de Cleveland
MGK VENCE O APOLLO
No começo do ano 2009, MGK viajou para Nova Iorque com Slim, Dub e Ash e 26 dólares no bolso, na esperança de levar o prêmio do conceituado Show de Talentos do Teatro Apollo.
A comunidade preta predominava a plateia do show de talentos e eles tinham a fama de vaiar candidatos que não gostavam.
MGK era o número 49 da fila e o 48 também era rapper, mas assim que o rapaz começou a cantar, os jurados o mandaram parar já na primeira frase, e chamaram o próximo.
Então para MGK, um garoto branco que estava ali apresentando rap, ouvir a plateia ovacionando ele e não vaiando, e ganhar a competição em primeiro lugar, foi um grande feito em sua carreira.
MGK tem o título de primeiro rapper da história a ganhar uma competição no Apollo.
Mais tarde, ele retornou a competição e ganhou novamente a edição, somando assim, 2 prêmios Apollo
DE VOLTA A CLEVELAND
Os 4 amigos retornam a Cleveland com o prêmio Apollo em mãos e continuaram sua caminhada com a música, ali no porão da Ash onde moravam e montaram seu primeiro estúdio.
Em 01 de Janeiro de 2010, MGK lançou seu primeiro vídeo clipe no Youtube, “Alice in Wonderland”.
Mas antes disso, sua primeira aparição em um video clipe, foi com a música “Bouncin On My Toes” de Lil Mike, quando MGK ainda tinha 18 anos.
Em maio de 2010, MGK faz sua estreia nacional também com o single “Alice in Wonderland”, lançado no iTunes.
O single rendeu a MGK o prêmio de “Melhor Artista do Centro-Oeste” no “Underground Music Awards” de 2010, e o clipe de “Alice in Wonderland” ganhou o prêmio de Melhor Vídeo Musical no “Ohio Hip-Hop Awards de 2010”
Em Fevereiro de 2010, MGK lançou sua 3° Mixtape, “100 Words and Running”, esse projeto o levou a outro nível em sua carreira e ele começa a conquistar fãs por toda Cleveland.
Jovens que se identificavam com suas letras e estilo de vida, passaram a apoiar sua carreira.
O MOVIMENTO LACE UP
Enquanto gravava sua 4° mixtape, que originalmente se chamaria “Kellyvison”, MGK começou a mostrar para as ruas de Cleveland que ele queria ser mais do que apenas mais um rapper da cidade.
Ele queria ser uma voz para os menos favorecidos, para os “Underdogs” (Oprimidos/Azarões). MGK então começa a levar a filosofia do movimento EST 19XX para seus fãs.
Em meio a encontros, flashmobs em shoppings e uma turnê pelas escolas de Cleveland, MGK juntava uma legião de fãs dispostos a segui-lo e via pessoas tatuando seu nome e suas letras de música, e ouvia o quanto ele estava mudando vidas.
A mensagem “Lace Up” surgiu a partir dos fãs, MGK não consegue explicar como aconteceu, porém deu um significado para o que acabara de se tornar o mantra da sua base de fã:
“Coloque seus dois pés no chão, amarre o cadarço (Lace Up), se prepare para enfrentar o mundo, vá lá fora e assuma o controle e transforme um grão de areia em diamante”. – Machine Gun Kelly (2015).
O mantra tomou uma proporção gigante em sua base de fã, então a mixtape passou a se chamar “Lace Up”.
LACE UP! A MIXTAPE QUE ABRIU PORTAS PARA MGK
Em 26 de Maio de 2010, MGK lançou seu segundo vídeo clipe no Youtube, agora para a música “Chip Off The Block”.
É seguro dizer que MGK não tinha ideia de que fazer o upload daquele vídeo, mudaria de uma vez por toda sua carreira musical.
Em novembro de 2010, MGK finalmente lançou a mixtape “Lace Up”, que vinha promovendo nas ruas de Cleveland por meses.
A mixtape apresenta o hino da cidade, “Cleveland”, que foi a trilha sonora das aberturas dos jogos na casa do time de basquete, Cleveland Cavaliers.
A música se tornou um hit na rádio local, Z107.9
A mixtape foi produzida em três meses, durante uma explosão criativa de MGK.
Após seu lançamento, ele foi apresentado na revista XXL em 2011 e então apareceu na música de Juicy J, “Inale”, que conta com a colaboração de Steve-O da série de televisão Jackass, no videoclipe.
MGK E SLIM SOFREM ACIDENTE DE CARRO A CAMINHO DA GRAVADORA
MGK se viu diante de uma grande oportunidade em sua vida, um contrato com a gravadora “Atlanta”. ele relata toda essa história na música “All Night Long”.
Slim e MGK viajaram de Cleveland a Nova Iorque com um carro alugado pela Ash, para a reunião sobre o contrato.
7 horas e meia dirigindo, MGK resolveu parar em um acostamento e passar o carro para Slim, antes de entrar em Nova Iorque.
Ele não tem habilitação e da última vez que foram a Nova Iorque, eles foram parados pela polícia, ele então temia que o mesmo acontecesse nesta viagem.
Ao abrir a porta no acostamento para trocar de lugar com o Slim, um carro em alta velocidade perdeu o controle e os atingiram.
MGK conta que acordou com metade do corpo fora do carro em uma vala, há 6 metros de distância de onde eles estavam estacionados.
O carro foi destruído, estava frio, chovendo, porém eles estavam bem. Slim teve que ir para o hospital em uma ambulância mas não eram ferimentos graves.
A reunião com a gravadora estava marcado para as 14:00 hrs, eles estavam sem carro e presos em um hospital em “New Jersey”, até que apareceu uma pessoa chamada James McMillan , que se prontificou a levar MGK e Slim para a gravadora.
Porém, ao chegar lá, MGK não quis assinar o contrato.
“De alguma forma, não sei se foi porque acabamos de sofrer um acidente de carro e poderíamos ter morrido algumas horas atrás, mas estou lá e não estou sentindo essa merda cara, não estou sentindo essa merda de gravadora e voltamos para Cleveland. Agora estou de volta ao porão da mãe de Ashleigh, estou pensando na vida e tomando uma tonelada de vicodin porque os médicos do hospital, nos deram porque sofremos aquele acidente …” – Trecho de All Night Long.
E então quando tudo parecia ter voltado para a estaca zero, Ash desceu correndo para o porão, dizendo que MGK não poderia acreditar em quem iria ligar em 30 segundos.
“Eu acho que, quando eu estava em Nova York, eu fiz algum tipo de barulho porque esse cara chamado Byron, que acabou se tornando meu empresário mais tarde, levou o clipe de “Chip off the Block” para a Bad Boy e mostrou a Harve Pierre e Harve Pierre foi e mostrou aquele vídeo para um cara chamado Puff (Diddy), então eu atendo meu telefone, deprimido, para baixo, f*dido com Vicodin e ouço: “Por favor, espere, eu tenho Senhor Sean Combs para você.” Eu disse, caramba, a vida vai mudar, cara, eu senti. E às vezes tudo o que é preciso, é apenas esse sentimento. Eu sabia que estaria aqui, e agora estou aqui“. – Trecho de All Night Long.
MGK ASSINA COM A BAD BOY/INTERSCOPE RECORDS
“Em 2011, o nativo de Ohio garantiu um contrato de gravação com a Interscope Records de Jimmy Iovine através do selo Bad Boy Records de Diddy (Sean Combs). Com o lançamento de seu primeiro álbum, Lace Up, MGK conquistou o segundo lugar na parada de álbuns de R&B/Hip-Hop da Billboard, conquistou um MTV European Music Award e quatro Ohio Hip-Hop Awards“. – Interscope Records
MGK decidiu então que o nome da mixtape que mudou a sua vida, merecia mais holofotes e batizou seu primeiro álbum de estúdio com o mesmo nome.
Distribuído pela Interscope Records, e com o selo da Bad Boy, “Lace Up”, foi lançado em 9 de outubro de 2012, e conquistou o 4° lugar na billboard 200 na semana de sua estreia.
Como homenagem, a capa do álbum é um mosaico com fotos de tatuagens de fãs, relacionadas à ele.
A MÃE DE COLSON
Sonia vivia em um relacionamento abusivo e opressor com o pai de MGK e foi por esse motivo que ela saiu de casa quando ele tinha 9 anos, mas voltou por inúmeras vezes para tentar leva-lo com ela e sempre foi impedida de vê-lo e ameaçada.
Colson nunca soube dessas tentativas da mãe.
Em uma dessas tentativas, Sonia conseguiu deixar uma caixa cheia de fotos, roupas e doces para Colson, mas demorou meses para ele ter coragem de abrir a caixa, conta Tia Barbara em “Story of Stairs”.
Uma das fotos deixada por sua mãe naquela caixa, foi usada como capa do álbum Hotel Diablo
Colson cresceu ouvindo coisas horríveis sobre ela, e tendo que lidar com o sentimento de abandono.
Após o falecimento de seu pai James, Colson encontrou cartas de sua mãe para ele dentro de um cofre, e isso mudou muita coisa, em uma de suas redes sociais, ele disse:
“Abri o cofre do meu pai pela primeira vez desde que ele faleceu. encontrei cartas da minha mãe me sinto tão perdido agora.”
9 meses depois, em Junho de 2021, Colson declarou também em sua rede social que finalmente estava se reconciliando com sua mãe.
“História louca, mas depois de todos esses anos, os fãs são os responsáveis por eu e minha mãe finalmente nos reconectarmos. Eu amo vocês”
Hoje, Colson e sua mãe estão muito próximos, vivendo tudo que não puderam antes como mãe e filho.
Ele foi capaz de entender os motivos dela em ter se ausentado de sua vida, e optou por construir uma nova história com ela.
Sonia é cientista, e de família Norueguesa.
QUE JORNADA HEIN!
Notas extras:
- Colson é diagnosticado com Transtorno Bipolar e agora faz terapia, toma medicações e parou com o uso de drogas e bebida. Ele foi para reabilitação logo depois do seu último show no Brasil em novembro de 2023.
- Já teve que fazer serviços comunitários determinados por juízes, como monitor de um centro recreativo e limpador de Grafite. E para se sustentar, trabalhou como recolhedor de carrinhos de supermercado, entregador de cartões de visita e atendimento ao cliente na empresa “Bed, Bath & Beyond”.
- Tia Barbara trabalhava em uma loja Target em Denver, ela oferecia o cd de MGK para todos os clientes que iam lá em busca de discos de hip hop. Em sua primeira turnê, Colson fez uma surpresa para ela, parou o ônibus personalizado com o nome Lace Up em frente a loja e foi até ela agradecer por tudo. Ela faleceu de câncer em Julho de 2017.
- Seu pai e ele ficaram sem se falar por cerca de 10 anos, a aproximação aconteceu devido a um pedido de tia Barbara que já estava em estagio final, ela pediu que os dois resolvessem seu passado para fazerem as pazes, Colson que já era famoso e James atenderam o pedido de tia Barbara.
- James conheceu a neta Casie pela primeira vez depois de a ter visto quando era recém nascida, em 2017, o encontro aconteceu na primeira edição do XXmas, o show de Natal de MGK em Cleveland.
- James Baker faleceu de cirrose em Julho de 2021.
- Colson já foi atropelado por um ônibus de dois andares em Londres quando foi atravessar a rua em busca de erva. Ele se chocou contra o para-brisa do ônibus e foi arremessado metros longe, o para-brisa ficou destruído e ele sem nenhum arranhão. Médicos disseram que esse foi um milagre, porque não tinha como alguém sobreviver a uma pancada tão forte.
- A identidade da mãe de Casie é mantida no privado, por escolha dela por querer viver uma vida normal em Cleveland, longe de qualquer holofotes. Todas as informações que tem sobre ela na internet, tais como nome, fotos, são falsas. Sabendo disso, os moradores de Cleveland respeitam essa decisão, e mesmo que eles sejam vistos juntos, ninguém tira fotos. As únicas duas vezes que a mãe de Casie apareceu na mídia, foram no clipe da música “Gone”, porém com seu rosto censurado, e através de um post de MGK, em homenagem aos dia das mães em 2013.
“Feliz dia das mães para a melhor mãe de primeira viagem que eu já vi. Ela criou nossa filha sob circunstâncias insanas e eu sou grato que ela se dedicou a essa jornada”
- A mãe de Casie tem uma boa relação com o Colson, e as vezes ela assiste aos seus shows quando são em Cleveland.
- James McMillan (Citando no tópico “MGK E SLIM SOFREM ACIDENTE DE CARRO A CAMINHO DA GRAVADORA”) se tornou sócio de Colson na venda de Merchs, mas a sociedade acabou em 2018 quando Colson descobriu que estava sendo roubado. A música “Hollywood Whore” é dedicada a ele.
E este foi um resumo dessa jornada dura, inspiradora e motivacional de Colson Baker.
Fontes das informações: Entrevistas, Músicas, Kellyvision e pessoas que conviveram com MGK em um desses momentos.
